terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Velho Sr. Dicks


Autor: Diego P. G. Silva 

Ele não conseguia entender como que alguém poderia ‘datilografar’ tão rápido naquele objeto cheio de teclas que faziam com que as letras aparecessem naquela tela que estava iluminando o rosto maravilhado e vidrado do neto.
Ficava ainda mais boquiaberto pelo motivo de ele conseguir ‘datilografar’ e mexer uma setinha minúscula através de um objeto que lembrava um ratinho.
E ficava muito mais impressionado quando seu neto dizia: “To conversando, vô”. Como que o menino conversava sem nem abrir a boca? “Era coisa de louco” - o velho pensava
Era muito confuso ver aquilo tudo. Milhares de imagens a todo o momento, música tocando, vídeos rolando. O velho Sr. Dicks não conseguia acompanhar o neto de 15 anos.
Muita informação em um pequeno espaço de tempo. Muitas cores, pessoas e movimentos. Na época de criança dele, eles não tinham essas loucuras tecnológicas. Era diversão no quintal, perto da natureza e dos gravetos. E a imaginação corria solta.
O mundo mudando, alterando culturas e mentalidades. E o velho Sr. Dicks acabou desistindo de tentar entender alguma coisa que tava rolando no tal do ‘PC’ e voltou pro seu jornal. O velho e imutável jornal, onde as notícias não se mexiam nem precisava de uma setinha pra virar a página.

5 comentários:

  1. hehehehehhe
    coitado do Sr. Dicks...
    uma vez fui dar aula nesses cursos pra terceira idade...eles ficam perdidos mesmo. Tinha uma senhora que não lembro o nome, acho q era Maria...e ela não pegava no mouse de jeito nenhum. heheheheheh

    tadinha dela tb =P

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  2. Esse é realmente ótimo lido... E é perfeito quando se escuta.

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  3. Eu me sinto assim qdo o povo veem com aqeles trem que nuunca vi . é decepcionante . hauahuuahhuahua

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  4. Eh um caso bem comum mesmo!
    Obrigado pelos ótimos, perfeitos, etc, etc..

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