quarta-feira, 9 de março de 2011

Memórias Cinza


Autor: Lucas Morone

De repente, abro os olhos. Estou sentado num banco de praça, numa praça que eu desconheço. Está frio, está pálido o céu. Vejo muito mato em volta, e alguns prédios ao redor. Começo a perceber um som constante no meu ouvido. Ele vai e vem. Não para. Um som metálico e enferrujado. Aquele som me desperta uma angústia, não entendo por quê. Não tem mais ninguém por aqui, eu estou sozinho, nesta praça, de baixo destas nuvens cinza. A única coisa que me acompanha é minha solidão e aquele som constante.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A Carta


  Autor: Fabricio Lima Briola 


Já faz algum tempo que eu não te escrevo... Ficaram velhas todas as notícias e por sinal há muito tempo não ocorrem fatos que me alegrem ou que me façam sorrir que ainda sejam dignos de dividir com você. As flores que antes eram coloridas e me satisfaziam com seu doce aroma hoje já não possuem cor e seu cheiro já não me encanta... Minha vida não é mais do jeito que você a deixou e talvez não mais seja... 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Típico sujeito sem sorte


Autor: Diego P. G. Silva

Meu transporte era uma bicicleta. Não era uma bike muito equipada, não tinha marchas, nem aros cromados. Mas também não era uma daquelas Monark antiga e resistente. Era uma bicicleta simples e funcional, ótima para exercer sua função de transporte e instrumento de trabalho. Havia comprado-a há uns três anos, pouquíssimas quedas, alguns furos e trocas de pneus, freio funcionando e as rodas estavam até um pouco empenadas. Mas estava até muito boa. E tinha até um apelido: B.I. (bêi).

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Para que serve uma agenda?




Autor: Diego P. G. Silva

Ele abriu o embrulho e se deparou com a última coisa que iria comprar na vida. Uma agenda. O que ele iria fazer com uma agenda? Ainda mais uma agenda para horário comercial.
Ele sorriu e agradeceu o presente. Era a confraternização de final de ano da firma que Peter trabalhava. E ele confirmou mais uma vez que Nancy não era uma pessoa muito esperta. Pois deu a ele uma agenda de horário comercial, sendo que nesse horário ele estava dormindo.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Encruzilhada


  

Autor: Diego P. G. Silva

Chega numa fase das nossas vidas que deparamos com a seguinte situação: estamos no final de uma rua, mas não é uma rua qualquer, é uma rua que caminhamos durante anos. E quando ela acaba você tem que tomar uma decisão.

Qual caminho continuar seguindo?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Borda do espelho pt. 1



Autor: Guilherme M. R. Lopes.

Por quanto tempo eu tenho-me escondido, vivendo sempre nas sombras com medo de tudo e de todos? Mas por qual motivo eu tenho que sofrer assim todos os insanos dias da minha vida? Acho que sei, devem ter sido as escolhas. Mas como coisas tão fúteis me fazem desejar a morte com tanta força? Perguntas, perguntas e mais perguntas, mas nunca uma resposta.

Passei tanto tempo apenas pensando...


Autor: André de Lima

Passei tanto tempo apenas pensando. Pensei tanto que minha vida passou e eu nem por notar. Passaram-se primaveras, verões, outonos e invernos. Apenas esqueci de viver minha vida. Tão preocupado com as dificuldades do mundo, o fazer o certo, não vivi. Algumas vezes olhava para o céu, pouquíssimas vezes, mas tudo parecia igual. As mesmas estrelas sempre com os mesmos brilhos. As nuvens enfeitavam o céu e lembravam algodão-doce. Tudo azul. Nada disso me importava, apenas os problemas do mundo.

Uivo nas Sombras


Autor: Álisson Zimermann

Ouço aquele uivo. Um uivo que parece percorrer minha espinha de uma ponta à outra. Até o último fio do meu corpo parece levantar-se para ouvir aquele som agudo ao longe nas montanhas.
O som das poucas madeiras que consegui recolher crepitando no fogo dão um visual muito mais do que sombrio, banhado pelo anoitecer dessa lua cheia. O desfiladeiro ao longe marca o local da passagem que eu deveria chegar em 3 dias de caminhada, mas a realidade me mostrou que não devo confiar em previsões. Estou aqui sentado, segurando um pedaço de metal, cozinhando um pequeno coelho raquítico que consegui pegar pouco antes de escurecer. O cheiro já começa a fazer efeito. Escuto um número cada vez maior de passos ao redor de mim.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Monotonia


Autor: Diego P. G. Silva

Olhos pesados, não é sono. É monotonia. A vida não faz sentido. Não tem música pra ouvir. Não tem ninguém pra conversar. Não tem o que postar no twitter. Não tem jogos que chamem sua atenção no Jogos10.com. Você não tem idéias de nomes de vídeos para procurar no Youtube. Seus amigos não estão online no MSN.

Velho Sr. Dicks


Autor: Diego P. G. Silva 

Ele não conseguia entender como que alguém poderia ‘datilografar’ tão rápido naquele objeto cheio de teclas que faziam com que as letras aparecessem naquela tela que estava iluminando o rosto maravilhado e vidrado do neto.
Ficava ainda mais boquiaberto pelo motivo de ele conseguir ‘datilografar’ e mexer uma setinha minúscula através de um objeto que lembrava um ratinho.